JUVENTUDE: PRECISAMOS CRIAR O CAMINHO QUE NOS LEVARÁ A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
JUVENTUDE: PRECISAMOS CRIAR O CAMINHO QUE NOS LEVARÁ A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
O QUE É PRIORIDADE PARA JUVENTUDE BRASILEIRA?
A segunda Conferência Nacional de Juventude discutiu a garantia ao trabalho decente para a juventude e a sustentabilidade com justiça social.
A Proposta de Emenda à Constituição 42/08, a chamada "PEC da Juventude" altera a denominação do capítulo VII do título VIII da Constituição Federal para cuidar dos interesses da juventude.
Até aí tudo bem, estamos falando de regulamentação das políticas voltadas para os jovens. Fundamental, é a construção de parâmetros e orientações legais, também não quer dizer que estou de total concordo com o texto da emenda.
O problema é que os “instrumentos” de juventude, segundo as publicações oficiais têm priorizado a criação e participação em fóruns mundiais, deixando de exercer influência nas políticas internas, de forma a contribuir para o melhoramento da vida dos jovens brasileiros.
É deprimente a forma que os governos tratam as Políticas Públicas para a Juventude.
Em todas as esferas a juventude é tratada de forma superficial, o que podemos ver quando a nação se ocupa em discutir prioritariamente as agendas internacionais, deixam de lado a ação prática dento do país, agenda essa que deveria ser orientada pela realidade da nação, de cada estado e município, no entanto a preocupação central é a de participar, entre outras, da Organização Ibero-Americana de Juventude; Encontro de Parlamentares Ibero-Americanos pela Juventude; Reunião Especializada de Juventude do Mercosul.
A agenda que o governo brasileiro tem criado é muito curiosa, por um lado é importante pensar na gestão de PPJ de forma internacionalizada, porém é complicado, países que mal conseguem definir políticas de relações comerciais, como é o caso de Brasil e Argentina. Recentemente a Argentina aprovou algumas regras que dificultam a entrada de produtos brasileiros no país dos nossos “hermanos”.
Sem querer diminuir a importância destes fóruns, ressaltando que são válidos quando se trata de acúmulo de conhecimento, mas nossa realidade obriga-nos a reivindicar ações práticas dentro do nosso país.
A consolidação das demandas de juventude como políticas de Estado é interessante, mas não podemos negligenciar a realidade dos jovens que vivem em meio ao descaso, sem acesso a uma educação de qualidade, a saúde adequada a suas necessidades, a moradia digna, ao primeiro emprego, vez que as empresas costumam exigir experiência mínima de seis meses.
Há uma grande diferença entre escrever textos falando dos jovens que vivem em situações de risco social e garantir ações de governo que visem transformar a vida dessas pessoas. Normalmente, grande parte dos que escrevem tais coisas, nunca se aproximaram desta realidade, por isso vendem e trocam o futuro desta turma nos plenários do Congresso Nacional.
Imagine, em um país onde o modelo de educação é bastante questionável, onde se investe pouquíssimo na qualificação profissional dos jovens, onde a segurança pública é ineficaz, onde as políticas de infraestrutura, econômica, moradia, saneamento, regularização fundiária, entre outras, não são dignas de serem qualificadas como medianas, ainda assim, o governo acha que os problemas da juventude brasileira serão resolvidos pela realização de atividades políticas, que na verdade acabam por servir apenas como entretenimento.
Em Camaçari, cidade em que vivo, por isso posso com muita propriedade descrever a realidade de uma juventude que luta por firmação de políticas transformadoras, enquanto o governo municipal se pronuncia, em minha opinião, de forma agressiva quando diz que os agrupamentos de juventude são provenientes do modismo relacionado a marca de roupa.
Tenho um trânsito maravilhoso entre diversos agrupamentos de juventude neste município, por isso posso afirmar que a preocupação desta galera é com a forma que nossos nobres governantes têm se posicionado, sobretudo quando se trata do respeito aos coletivos de juventude e seus anseios.
O contato com essa juventude me deixa feliz, pois a cada dia tenho mais certeza de que a turma ainda acredita na transformação social, e se propõem a lutar por uma sociedade justa e fraterna.
Por: Robson Mineiro